O que se sabe sobre o caso da cozinheira assassinada após se recusar a envenenar policiais, no Ceará
Ex-Cozinheira da PM é morta em Saboeiro A cozinheira Antônia Ione Rodrigues da Silva foi assassinada a tiros dentro de casa no último sábado (18), em Saboei...

Ex-Cozinheira da PM é morta em Saboeiro A cozinheira Antônia Ione Rodrigues da Silva foi assassinada a tiros dentro de casa no último sábado (18), em Saboeiro, no sertão do Ceará. A suspeita é que ela tenha sido executada por uma facção criminosa após se recusar a cumprir ordens dos criminosos. O g1 reuniu as principais informações do que se sabe e do que falta saber sobre o caso. Confira: ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp Quem era a vítima Antônia Ione Rodrigues da Silva, também conhecida como Bira, tinha 45 anos e era mãe de dois filhos. Ela trabalhou como cozinheira do destacamento da PM no município de Saboeiro, onde vivia, mas deixou a função em dezembro do ano passado. A cozinheira Antônia Ione Rodrigues foi assassinada a tiros em casa enquanto dormia, em Saboeiro, no Ceará. Arquivo pessoal O que aconteceu e onde O crime aconteceu por volta das 2h do sábado, 18 de outubro, no distrito de Flamengo, na zona rural de Saboeiro. Informações preliminares apontam que quatro homens invadiram a residência de Bira e a assassinaram a tiros. No momento em que foi morta, a mulher dormia com a filha de 12 anos. A vítima foi encontrada morta logo depois morta pelo filho que dormia em outro cômodo e ouviu os disparos. Na sequência, ele acionou a Polícia Militar. Peritos criminais confirmaram o uso de arma de fogo no crime, não descartando a possibilidade do uso também de arma branca. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Iguatu. Infográfico cozinheira assassinada no Ceará por não envenenar policiais Arte/g1 LEIA TAMBÉM: Cozinheira é assassinada a tiros porque teria se recusado a envenenar policiais, no Ceará Quem era a cozinheira assassinada após se recusar a envenenar policiais, no Ceará Cozinheira assassinada por se recusar a envenenar policiais era amiga e querida entre os agentes Por que ela foi morta? A principal suspeita é que ela tenha sido alvo de membros de uma facção criminosa devido a sua proximidade com os agentes de segurança. Antônia Ione Rodrigues da Silva era próxima de policiais da região e, supostamente, repassava informações sobre a atuação de membros de facções criminosas. Além disso, as investigações apontam ainda que um possível motivo para a morte da cozinheira é que ela negou o pedido dos criminosos de envenenar a comida dos policiais. Alguém foi preso? Dois homens de 20 e 21 anos foram presos e um adolescente foi apreendido sob suspeita de envolvimento no crime. O g1 teve acesso ao inquérito que aponta os suspeitos como membros do Comando Vermelho e líderes do tráfico de drogas no município. A defesa nega todas as acusações. Os dois adultos passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva. A vítima conhecia os suspeitos? / A vítima foi ameaçada? A Polícia continua investigando a motivação do crime, mas familiares da vítima e moradores da região indicaram que os três suspeitos capturados já haviam tido desentendimentos com Bira. Em depoimento à Polícia, o filho da vítima relatou que, dias antes do crime, o adolescente apreendido havia ameaçado a mulher de morte. Segundo relatos de agentes da Polícia Militar, a própria cozinheira já havia mencionado anteriormente que os suspeitos tentaram convencê-la a envenenar a comida servida aos policiais. Ela recusou o pedido. "Eu enveneno a [comida] de vocês, que gosta de vagabundo, mas não a da polícia", teria dito Bira na ocasião. O que dizem os suspeitos Todos os três detidos negaram envolvimento no crime, assim como qualquer ligação com facções criminosas. O adolescente apreendido declarou à polícia que, um dia antes do crime, foi convidado pelos dois homens presos para participar do assassinato da cozinheira. Ele afirmou ter considerado a proposta, mas decidiu não se envolver. Segundo o relato, os suspeitos queriam matar Bira por ela ser amiga da polícia e por frequentemente prestar apoio aos policiais da região. O jovem disse ainda que ouviu que a vítima havia sido “decretada” pelo Comando Vermelho. O adolescente contou ainda que já havia tido um desentendimento com a vítima no passado, após ser filmado por ela durante uma vaquejada, sem autorização. Ele relatou que, na ocasião, estava embriagado e foi tirar satisfações com Bira, que afirmou que entregaria o vídeo aos policiais. Os homens de 20 e 21 anos presos também confirmaram, durante o interrogatório, que Bira costumava entregar membros da facção à Polícia Militar, mas negaram ter matado ela. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará