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Periquito-cara-suja retorna à Caatinga nordestina após 114 anos

Animal passou por reabilitação e aclimatação antes de ser solto na natureza. Periquito-Cara-Suja Retorna à Caatinga nordestina Após 114 Anos Divulgação...

Periquito-cara-suja retorna à Caatinga nordestina após 114 anos
Periquito-cara-suja retorna à Caatinga nordestina após 114 anos (Foto: Reprodução)

Animal passou por reabilitação e aclimatação antes de ser solto na natureza. Periquito-Cara-Suja Retorna à Caatinga nordestina Após 114 Anos Divulgação A soltura de pássaros marcou a conservação ambiental no Brasil: o retorno do periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) à Caatinga após 114 anos de desaparecimento na região do Planalto da Ibiapaba, entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). Dezoito exemplares da espécie ameaçada foram reintroduzidos na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), no Ceará, em uma iniciativa repleta de esperança e dedicação. ✅ Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp A reintrodução é parte do projeto Refaunar Arvorar, conduzido pelo Parque Arvorar, do Beach Park, em parceria com as ONGs Associação Caatinga e Aquasis. A ação também contou com a participação de órgãos ambientais, como a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Entre os presentes estavam o fiscal ambiental Roberto Cavalcante e a gestora ambiental Marina Lopes. Essa iniciativa está alinhada ao Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves da Caatinga, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente. O objetivo é proteger espécies nativas ameaçadas por meio de esforços colaborativos entre organizações e especialistas. Reabilitação e aclimatação Antes da soltura, os periquitos passaram cinco meses em recintos de aclimatação dentro da reserva. Esse período foi essencial para que as aves se familiarizassem com o ambiente, estabelecessem vínculos familiares e fortalecessem sua capacidade de sobrevivência. O processo seguiu protocolos rigorosos utilizados em uma soltura similar realizada em 2022, na Serra da Aratanha. Os critérios para a seleção das aves incluíram a formação de grupos familiares de vida livre, garantindo maior coesão social. Além disso, os periquitos foram treinados para usar caixas-ninho e comedouros, facilitando o manejo durante a transição para o habitat natural. “Foi um privilégio poder presenciar a soltura dos periquitos-cara-suja. Me emocionei ao ver as aves voltarem à natureza depois de tantos anos do último registro comprovado na região. Fiquei com a certeza de que, com o esforço conjunto, a natureza pode se recuperar, e que, em breve, poderemos ver outras ações semelhantes, com outras espécies ameaçadas no Ceará”, afirmou Roberto Cavalcante, da Semace. Futuras intervenções Três periquitos apreendidos pelo Ibama, previamente acolhidos no Parque Arvorar, também serão transferidos para a reserva. Eles passarão por um novo processo de aclimatação antes da soltura definitiva. A Reserva Natural Serra das Almas tem sido um refúgio crucial para a fauna local. Espécies como a paca, o tatu-bola e o guariba-da-caatinga retornaram espontaneamente à região. Entretanto, para espécies extintas localmente, como o periquito-cara-suja, as emas e as araras, intervenções humanas são necessárias para possibilitar a reintrodução ao habitat natural. O sucesso dessa iniciativa reforça a importância da colaboração entre ONGs, órgãos governamentais e especialistas. Em um mundo cada vez mais ameaçado pela perda da biodiversidade, histórias como essa renovam a esperança na capacidade humana de reverter danos ambientais e promover um futuro mais harmonioso para todas as espécies. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

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