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Após ser solto, lutador e motorista de app condenado por estuprar passageira tem pena aumentada e deve ficar preso

Empresária estuprada por motorista em saída de festa fala sobre soltura do condenado O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) reformou a sentença de primeiro ...

Após ser solto, lutador e motorista de app condenado por estuprar passageira tem pena aumentada e deve ficar preso
Após ser solto, lutador e motorista de app condenado por estuprar passageira tem pena aumentada e deve ficar preso (Foto: Reprodução)

Empresária estuprada por motorista em saída de festa fala sobre soltura do condenado O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) reformou a sentença de primeiro grau que condenou o lutador de MMA e motorista de aplicativo Edílson Florêncio, conhecido por Edilson Moicano, a 8 anos e dois meses de prisão por estuprar uma passageira na saída de uma festa em Fortaleza. Agora, a pena dele foi aumentada para 11 anos e 8 meses e ele deve ser preso imediatamente. Edilson foi condenado em janeiro deste ano, mas pelo tamanho da pena, em junho ele recebeu o direito de recorrer em liberdade. A soltura de Edilson causou polêmica após a vítima, a empresária Renata Coan, denunciar nas redes sociais que o agressor, mesmo condenado, havia sido solto. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp 📍Relembre: o crime aconteceu em 19 de janeiro de 2025 na saída de uma festa no bairro Edson Queiroz. A empresária havia chamado um carro por aplicativo para retornar à sua residência. No trajeto, o motorista, Edilson Florêncio, desviou o caminho para um matagal, imobilizou a jovem com um golpe conhecido como "mata-leão", deixando-a inconsciente, e consumou o estupro. Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como "Edilson Moicano", de 48 anos, que também é lutador de Artes Marciais Mistas (MMA), estava preso desde o dia 19 de janeiro, quando foi flagrado por policiais militares atacando Renata em um matagal nas proximidades do evento do qual ela saía. Em nota enviada à TV Verdes Mares, os advogados de Renata comemoraram a reforma da condenação inicial. "Entendemos que, com essa decisão, a injustiça da sentença anterior foi corrigida, reafirmando o compromisso do Poder Judiciário com a proteção da vítima, sra. Renata Coan, da sociedade e de todas as mulheres. Trata-se de uma decisão que restabelece a ordem pública e representa um passo importante no combate à violência contra a mulher", disseram os advogados Luiz Nogueira e Rodrigo Abud. A defesa de Edilson foi procurada, mas afirmou que não vai se manifestar. Edilson Florêncio da Conceição, conhecido como Edilson "Moicano", foi preso por estuprar uma mulher na saída de uma festa em Fortaleza. Instagram/ Reprodução Julgamento No julgamento, ocorrido no início de junho (cerca de 5 meses após o crime), a juíza Adriana Aguiar Magalhães, titular da 5ª Vara Criminal de Fortaleza, condenou Edilson a 8 anos de prisão por estupro de vulnerável, pois a vítima estava alcoolizada, e 2 meses de detenção por resistir à prisão. Como Edilson já estava preso há 4 meses e 12 dias, o prazo para o cumprimento da detenção por resistência já foi cumprido, restando 7 anos, 9 meses e 18 dias de prisão, a ser cumprido inicialmente em regime semiaberto. Apesar da condenação, a juíza permitiu que Edilson Moicano recorra ao processo em liberdade, por ser réu primário e possuir bons antecedentes. "Concedo ao réu o direito de recorrer em liberdade, em razão de sua primariedade e bons antecedentes, que o autorizam a aguardar o desfecho de eventual recurso em liberdade", diz um trecho da decisão da juíza Adriana Magalhães. Motorista de app condenado por estuprar passageira em Fortaleza é solto por ordem da Justiça Reprodução A decisão que levou a soltura de Edilson causou a indignação de Renata Coan, vítima de Edilson, que publicou um vídeo falando sobre o caso, pedindo ajuda para que o estuprador voltasse a prisão. O vídeo obteve milhões de visualizações. "Mesmo com o depoimento de três policiais, testemunhas oculares, exame de perícia, o réu confessando o crime e toda a violência que sofri, ela [juíza] julgou que ele poderia responder em liberdade por ser réu primário. O sistema está dizendo para outras mulheres que forem violentadas amanhã, hoje ou agora que a palavra delas não basta, que nenhuma confusão basta, que o agressor vai sair por aí pela porta da frente", disse Renata Coan nas redes sociais. À época, a vice-governadora do Ceará e secretária estadual de Proteção Social, Jade Romero, comentou a decisão judicial e expressou solidariedade com Renata. "A dor da Renata é de todas nós, mulheres. Mas deve ser também a dor de toda uma sociedade que diariamente vivencia a impunidade da violência de gênero. Somente com esforços conjuntos, de homens e mulheres, daremos respaldo legal para decisões mais duras e para construir culturalmente uma sociedade que respeite e proteja a todas nós. À Renata, meu abraço e minha solidariedade. Você não está sozinha. A todas as mulheres, reforço: nossa luta é coletiva", disse Jade. As críticas à sentença levaram A Associação Cearense de Magistrados a divulgar uma nota em defesa da juíza Adriana Aguiar Magalhães, que autorizou a soltura de Edilson. Segundo a entidade, a magistrada foi alvo de ataques "infundados e injustos" nas redes sociais após a repercussão do caso. 'Fui sequestrada, violentada e estrangulada até quase a morte' Empresária Renata Coan Cudh, vítima de Edilson, falou pela primeira vez sobre o caso e pediu ajuda para que o estuprador volte a prisão. Instagram/ Reprodução Conforme o relato de Renata Coan, no dia 19 de janeiro ela foi "sequestrada, violentada e estrangulada até quase a morte" por Edilson Moicano, após pegar uma corrida com ele com objetivo de retornar para casa. "Eu não tive chance nenhuma de defesa. Me lembro de cada segundo do ar faltando. Foi Deus que enviou três policiais que já estavam indo embora no final do turno e que me salvaram e prenderam um homem flagrante. Por mais que eu tentasse transparecer que eu estava bem nas minhas redes sociais, nesses últimos quatro meses, eu e minha família sofremos em silêncio. Porque não queríamos exposição", falou Renata. "Tudo que eu queria nesse momento era ter paz e tranquilidade. Mas como que eu vou ter isso sabendo que o cara está aí nas ruas? Eu faço esse vídeo expondo a minha dor, não somente por mim, mas por todas as mulheres desse mundo. Porque uma coisa eu tenho certeza: eu não era a primeira, eu não ia ser a última, e se não fosse eu naquela noite, seria outra mulher", disse a vítima. No trajeto, o motorista desviou o veículo para um matagal, a imobilizou com um golpe conhecido como "mata-leão" e, quando a vítima acordou, já estava no matagal. Quando ela recobrou a consciência, o agressor estava cometendo o estupro, enquanto a enforcava e dizia que iria matá-la. Já para os policiais que atenderam a ocorrência, a mulher relatou que havia pedido um veículo pelo aplicativo, mas como estava demorando para a corrida ser aceita, acabou negociando informalmente com o suspeito, que estava em frente ao local da festa. Após entrar no carro, ela percebeu que o aplicativo teria encontrado uma corrida. Nesse momento, desistiu de ir com o homem, mas o suspeito a impediu de sair do carro. Prisão em flagrante Edilson foi preso no momento do crime, por policiais militares que patrulhavam na região e estranharam a presença de um veículo parado no meio da vegetação. Em depoimento, os policias relataram que quando chegaram próximo ao carro, encontraram a mulher gritando e chorando bastante, tentando se desvencilhar do suspeito. Durante as buscas no veículo, uma faca foi localizada. No momento da prisão, Edilson ainda tentou fugir correndo e resistiu. Foram necessários três agentes para conseguir algemá-lo. Ele foi conduzido à Delegacia de Defesa da Mulher, onde foi autuado em flagrante pelo crime de estupro. Durante a Audiência de Custódia, o suspeito teve a prisão preventiva decretada. À época do crime, Edilson Moicano tinha quase 20 mil seguidores no Instagram, onde compartilhava seu dia a dia e atividades físicas. De acordo com um site especializado em MMA, ele tem no currículo 32 lutas desde o ano de 2005. A última delas foi em 2016. Além do MMA, ele possui grau preto de muay thai e pratica jiu-jitsu. Atualmente, o suspeito não competia, mas chegou a dar aulas de muay thai em academias de Fortaleza. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: A

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